Ao prezado detetive, que se manteve na falha missão de achar simbolismo para o amor, deixo minhas sinceras desculpas pela demora da carta, não que tenha sangue de barata, mas isso se coloca pra rimar. Porém essa carta não tem métrica talvez nem tenha sentindo, talvez seja só mais uma vez o eu lírico querendo continuar perdido, e só! Sim, meu caro, só de apenas, só de solitário, só que não é nota musical, mas tem seu valor nas tristes melodias, porque venho dizer isso tudo, para lhe poupar de tentar achar, o que eu por si só, já foi perdido, no obscuro abrigo não se acha aquilo que os leigos tem mania de chamar de amor, e ora ora, muito fácil chamar de ferida que doi a não se senti, quando não se está sentindo, porque quando o ferimento é a aberto doi pra caralho, é um monte de vaidade juntas, que só desatinam quando lhe aparece uma vaidade mais interessante, um pecado que valha mais a pena, e de pena em pena, a galinha é depenada, sem dó nem lá, quem dira piedade, da pobre flagelada alma, que achava que era amor.
Mas a você meu caro amigo, digo que nem tudo está perdido, e talvez até esse sentimento tolo tenha algum sentido, quando eu parar de olhar pro meu umbigo, te digo e repito qual a função, por enquanto vamos continuar de encher de palavras esse texto vazio, espero que você me retribua o esforço pondo nele sentindo, porque o meu era aguçado e hoje não passa de um mendigo, querendo abrigo na tolice que é amar, acho que não preciso mais me prolongar, acho que essa merda já tá enchendo, descobri sentindo pro amor, ele serve pra se saber que se é válido, mesmo com prazo e data de fabricação é melhor não se saber com quanto tempo se estar vencido, hoje entendo porque amor, é pra dor não afogar antes da hora!